segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Poemas:Canto de Adeus


Imploro, fique um momento
Meu único alimento,
É sua doce presença.
Dá-me esperança.

Já faz muito tempo
Que vivo nesse tormento.
Escuridão, medo profundo,
Afasta-me do mundo.

A pequena chama de uma vela
Jamais iluminará minha cela.
Porém, brilhará o bastante.
Para cegar-me, será suficiente.

Ilumina-me, apenas um instante,
Antes da escuridão sem fim.
Sombras eternas, dor incessante.
Ainda terei sua melodia dentro de mim.

O som da sua voz,
Guia-me, tão veloz,
Por entre os espinhos,
Mostra-me o caminho.

Não posso me despedir.
Sem seu calor,
Não posso sorrir.
Morro, congelada em minha dor.

Sem sua melodia,
Perco-me à cada dia.
Confinada eternamente
Entre os espinhos de minha mente.

Posso suportar a escuridão,
Mas viver em silencio,
Seria meu maior sacrifício.
Destruiria meu coração.

A busca pela completa harmonia,
Mais bela cadência,
Minha mais perfeita sinfonia,
Jamais revelará sua essência.

Nunca será terminada
Minha sonhada obra-prima.
Ficará delicadamente guardada
Em minha última lágrima.

Suave, silencioso pranto,
Em minha despedida, eu canto,
Palavras jamais ditas, proibidas,
Há muito tempo perdidas.

Encontro minha paz,
Finalmente, posso ver a luz,
Lentamente me seduz.
Minha alma, em melodias, se desfaz.

Minha ausência,
Apaga as memórias de minha existência,
Deixa o amargurado som do silêncio,
De meu ser, nem um resquício.

Pelo delicado som do vento
Sou levada, libertada,
De meu eterno confinamento.
Obra-prima finalmente terminada.
(By: Nicole Teixeira Oliveira)

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