Imploro, fique um momento
Meu único alimento,
É sua doce presença.
Dá-me esperança.
Já faz muito tempo
Que vivo nesse tormento.
Escuridão, medo profundo,
Afasta-me do mundo.
A pequena chama de uma vela
Jamais iluminará minha cela.
Porém, brilhará o bastante.
Para cegar-me, será suficiente.
Ilumina-me, apenas um instante,
Antes da escuridão sem fim.
Sombras eternas, dor incessante.
Ainda terei sua melodia dentro de mim.
O som da sua voz,
Guia-me, tão veloz,
Por entre os espinhos,
Mostra-me o caminho.
Não posso me despedir.
Sem seu calor,
Não posso sorrir.
Morro, congelada em minha dor.
Sem sua melodia,
Perco-me à cada dia.
Confinada eternamente
Entre os espinhos de minha mente.
Posso suportar a escuridão,
Mas viver em silencio,
Seria meu maior sacrifício.
Destruiria meu coração.
A busca pela completa harmonia,
Mais bela cadência,
Minha mais perfeita sinfonia,
Jamais revelará sua essência.
Nunca será terminada
Minha sonhada obra-prima.
Ficará delicadamente guardada
Em minha última lágrima.
Suave, silencioso pranto,
Em minha despedida, eu canto,
Palavras jamais ditas, proibidas,
Há muito tempo perdidas.
Encontro minha paz,
Finalmente, posso ver a luz,
Lentamente me seduz.
Minha alma, em melodias, se desfaz.
Minha ausência,
Apaga as memórias de minha existência,
Deixa o amargurado som do silêncio,
De meu ser, nem um resquício.
Pelo delicado som do vento
Sou levada, libertada,
De meu eterno confinamento.
Obra-prima finalmente terminada.
(By: Nicole Teixeira Oliveira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário